domingo, 28 de novembro de 2010

Oh! Joaquim Manuel de Macedo





"... eu, fatigado e sequioso, bebi um copo d´agua da fonte do rochedo.(...) A água dizia-se milagrosa e quem a bebesse não sairia da ilha sem amar algum de seus habitantes.(...) bebi daquela agua e não pude deixar a ilha sem amar, e muito, um dos seus habitantes....
       - Deveras que iso não deixa de ser interessante. Mas que efeito esperas tu que provenha de todo essa moxinifada?
       - Que efeito?... O ... amor...
       - Amor?... Amor não é efeito, nem causa, nem princípio, nem fim, e é tudo isso ao mesmo tempo; é uma coisa que... sim... finalmente para encurtar razões, amor é o diabo... "

(A Moreninha - Joaquim Manuel de Macedo)

Aos que dizem conter tanto açúcar neste livro ao ponto de não durar um ano por culpa das formigas letradas, meus sinceros cumprimentos, porém é preciso imaginação para aceitá-lo como é e apreciá-lo em meio a suspiros e borboletas no estômago.


sábado, 27 de novembro de 2010

Memórias de minhas putas tristes


"No ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei-me de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar aos seus bons clientes quando tinha alguma novidade disponível. Nunca sucumbi a essa nem a nenhuma de suas muitas tentações obscenas, mas ela não acreditava na pureza de meus princípios. Também a moral é uma questão de tempo, dizia com sorriso maligno, você vai ver."

(Gabriel García Marquez - Memorias de minhas putas tristes)

À Gabriel Garcia Marquez: 

Perna faceira,
Pérolas,
Perfumes,
e
Porcos
Parcos de  frescor pedante, rendidos em 
Permissas partituras etéreas.


(Ana Gabatteli)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Todo dia é dia de Pessoa!



PARA SER GRANDE, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque ela vive.

( Ricardo Reis - Heterônimo de Fernando Pessoa)


Para Fernando Pessoa: olhos saltitantes por detrás do verbo.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

CACOS ...


Hoje sou meu coração trincado e cacos de antigos amigos se desprendem dele. Sinto uma tristeza profunda e pensar nela aprofunda ainda mais meu desassossego. A verdade não é para ser vista e muito menos sentida ... estou sozinha, solteira de gêneros, desquitada de amigos.... e o mundo continua a rodar mesmo sem você respirar e ele continua a rodar mesmo sem olhar pra você e continua a rodar e faz com que os cacos tranformem o chao em grande armadilha, em grande campo de afiados esqueletos e tudo e tudo mais não importa ... tenho o coração trincado e a alma torta, mas sou lúcida de ternura e anseio. Este é o olhar com o olho esquerdo... com o direito tenho o meu grande amor e minha grande mulherMÃE amiga e alma gêmea que tem Ana da graça e clemência e Maria da própria personificação de mãe, como a primeira desse mundo e de outro a qual o tapete vermelho do meu coração sem protelar estende-se a ela. Com o olho direito sou muito muito melhor, porém as lágrimas caem mais.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009




O amor tanto falta quando chega, quanto sobra quando vai.



O meu, tenho o mais profundo respeito de fazer sobrar...



Ao profundo amor que sinto dedico a breve frase, não com um sofrer da falta de amor mas com
penar..... para os que não amam.





Ana Paula Gabatteli



quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

calma


As coisas inatingíveis se tornam pequenas, as partes mais distantes parecem vizinhas dentro da âsia que as carrega. A paisagem pode ser qualquer.... uma casa, uma fazenda, a mata ... o que mata ... tanto faz onde encontre o sentimento que acende. Busca sim a felicidade e a torne real e intensa. Não vejo as cores do que não é intenso mas sinto o cheiro do que me corroe.
Ana Paula Gabatteli

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"Somos uma sociedade de pessoas com notória infelicidade:solidão, ansiedade, depressão, destruição, dependência; pessoas que ficam felizes quando matam o tempo que foi tão difícil conquistar."(Erich Fromm)
A mais pura verdade que li em 1/4 de século. Não faz muito, eu mesma tentando decifrar qual pedaço de mim vive e qual espera, balbuciei que vivemos para esperar o fim de semana... e na terceira pessoa eu incluo aqueles não realizados como eu. Não vivo para fazer minha faculdade, vivo para pagá-la. Entro ligo o computador, olho a tela vazia e minhas mãos tomam conta do que é pra ser feito, enquanto meu espírito voa até onde a coleira o permite. A vida assim é uma contagem regressiva, ao lado simbolo do google talk tem o do anti virus, o volume... e o horário que não mais vejo como 11:00 horas, mas sim o tempo que falta para o almoço.
Contudo não tenho o que reclamar... o problema é que me deram uma alma espaçosa e sedenta num corpo que não a acompanha! Não, não há problemas no meu corpo, só que a alma é espaçosa de mais, e me torno as vezes preguiçosa... as vezes intensa... é essa alma que me ajuda a esquecer e a lembrar quando lembrar é preciso.
Termino com uma parte de Clarice que se tornou parte de mim, como um espelho que quanto mais me olho menos me encaixo.
"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo. Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre." (Clarice Lispector)